Águas Indomadas, Corpos Insalubres - Territórios Abjetos, Reabilitação e Infraestruturas de Despossessão na Fronteira EUA-México

Carlos Martinez
Nos últimos anos, o leito do rio Tijuana tem sido habitado por comunidades de pessoas em situação de rua e usuários de drogas, muitas das quais foram deportadas dos EUA. Em resposta, a reabilitação do canal e a reabilitação forçada para dependentes químicos foram unidas. Neste artigo, Martinez utiliza o termo “reabilitação”, que se destina tanto aos deportados em situação de rua quanto ao canal, como uma oportunidade para considerar como a disciplina simultânea das paisagens e das populações humanas tem sido uma característica central e em evolução do Antropoceno.
Carlos Martinez é Professor Assistente de Estudos Latino-Americanos e Latinos na Universidade da Califórnia, Santa Cruz, e membro do corpo docente do programa de Saúde Global e Comunitária da universidade. Treinado em saúde pública e antropologia médica, sua pesquisa foca nas consequências para a saúde e nas implicações socioculturais do regime de deportação, das políticas de desencorajamento ao asilo, da guerra global às drogas e da catividade de migrantes nas fronteiras dos EUA e México.

Pontos de Aprendizagem

  • Qual é o papel de grandes projetos de infraestrutura, como canais, na disciplina das ecologias e de que forma são ‘simplificações modulares’?
  • Como diferentes formas de reabilitação (reabilitação forçada para dependentes químicos e paisagens tóxicas) se entrelaçam e servem como ferramentas de controle pelo Estado e/ou acumulação de capital?
  • De que forma a paisagem do Canal do Rio Tijuana se torna uma ‘Zona Carcerária’?
  • Qual é o papel da saúde pública e do saneamento urbano nesse processo?