Alimentando o fim do mundo: agronegócio, pandemias e Antropoceno no Brasil

Dr Jean Segata
No contexto da indústria de carne brasileira, uma gramática violenta, que catalisa relações assimétricas em ambientes altamente prejudiciais à saúde, opera por trás de um ideal de crescimento econômico. As fábricas de processamento de carne que invadiram o Brasil são baseadas em formas de operar frequentemente ocultas que estruturam desigualdades, como pobreza, racismo e discriminação, impactando negativamente a vida e o bem-estar das populações humanas e não-humanas. Com base na etnografia multiespécies, a análise proposta por Segata nos permite expandir a ideia da população afetada para além dos seres humanos. Segata questiona nossas escolhas (ou o que temos disponível como escolha) ou como a maneira como nos alimentamos está alimentando o fim do mundo?
Jean Segata é Professor Adjunto do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e membro permanente de seus Programas de Pós-Graduação em Antropologia Social e Psicologia Social e Institucional. Em 2018, foi Professor Visitante Craig M. Cogut para Estudos Latino-Americanos e Caribenhos na Universidade Brown (EUA). Atualmente, coordena o Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFRGS e é o Investigador Principal do Projeto de Pesquisa Nacional de Humanidades sobre a Covid-19.

Pontos de Aprendizagem

  • Como a lógica do agronegócio se relaciona com a pandemia de Covid-19 na perspectiva de Segata?
  • Por que a indústria da carne produz ecologias prejudiciais à saúde?
  • Por que a nossa maneira de nos alimentar está alimentando o fim do mundo?