Parto Tradicional Indígena

Pela ONG “Ojo de Agua Comunicación” e CIESAS Pacífico Sur
Destacamos dois vídeos do projeto ‘Parir Con Dignidad’ sobre o parto tradicional indígena. O primeiro vídeo é chamado ‘As mulheres sábias que curam’ (6:47 min): Ser parteira é um dom, um presente de nossos ancestrais. A Casa das Mulheres Indígenas na comunidade Ikoots de San Mateo del Mar, Oaxaca, México, conta com 11 parteiras muito ativas. Elas são as Ikoods Mondüy Moniün Andeow, “as mulheres sábias que curam”. As membros deste coletivo compartilham conosco seu compromisso de atender e cuidar das mulheres grávidas e ajudá-las a dar à luz, mesmo que o pessoal médico que trabalha em clínicas e hospitais não acredite que elas tenham a capacidade de atender partos. Durante a pandemia, atenderam muitas mais mulheres, uma vez que o sistema de saúde institucional entrou em colapso, e as mulheres estavam com medo de ir aos hospitais. O segundo vídeo se chama ‘O movimento das parteiras indígenas’ (5:50 min): A parteira não é apenas uma prática. Torna-se um movimento para garantir que as políticas governamentais que colocam obstáculos à parteira tradicional não continuem. No Chiapas, México, o Movimento de Parteiras Nich Ixim é composto por 650 parteiras indígenas, mestizas, rurais e algumas urbanas de 34 municípios, atendendo partos e defendendo o direito de dar à luz com dignidade. Desde 2012, o Movimento de Parteiras Nich Ixim se uniu para defender e promover a parteira tradicional. É um movimento autônomo, não associado a partidos políticos ou governos, aberto a trabalhar com parteiras que lutam por seus direitos e para que as mulheres tenham acesso a um bom cuidado durante a gravidez, o parto e o pós-parto. Durante o ano de 2020, durante a pandemia, as parteiras no Chiapas atenderam quase 50% dos partos registrados, em um momento em que a demanda por seus cuidados aumentou dramaticamente. Clique na imagem abaixo para começar a assistir os vídeos em espanhol.
Estes vídeos foram produzidos pela ONG “Ojo de Agua Comunicación” em colaboração com o CIESAS-Pacífico Sur, dentro do projeto de pesquisa intitulado “Parteira Indígena no México contemporâneo”, financiado pelo CONAHCyT. O projeto foi coordenado por Paola Sesia e Lina Berrio, professoras e pesquisadoras no CIESAS-Pacífico Sur. Os materiais originados dentro do projeto estão de acesso aberto no link da web.

Pontos de Aprendizagem

  • Identifique nos vídeos algumas das maneiras significativas em que a parteira tradicional indígena é diferente da biomedicina e da obstetrícia institucional. Pense sobre suas formas de aprender a ser parteira, suas noções sobre o parto e suas práticas com mulheres grávidas e durante o parto. Como essas diferentes formas podem se relacionar com ontologias indígenas sobre a natureza, a vida, a espiritualidade e o cosmos?
  • Quais são alguns dos problemas que as parteiras tradicionais indígenas enfrentam em suas relações com o sistema de saúde institucional e com o pessoal médico? Como esses problemas se relacionam com a injustiça reprodutiva?